domingo, 22 de janeiro de 2012

Terra das fadas



 


 

Insuportáveis
são os erros de nossos pais
desmistificados
nus
em humanização

 

o referencial incólume
devastado

 

sinto carência afetiva
estou pequeno
diminuo
mais
e mais
até ficar minúsculo
em um
grande
salão cinza

 
fico solitário
disperso
frio corrosivo no peito
(não me caem as lágrimas congeladas nos olhos)
inanimado
por horas a fio

 
vejo um homem de fraque branco
a fazer malabarismos
com uma luz vermelha
(percebo seus sapatos sujos de barro)
a luz é pulsante
seu rosto conhecido
sou eu
devolvo a luz ao peito
bato a casaca
(o pó que sai brilha)
respiro fundo
e dou meu primeiro passo
para fora de Faerie

 
(Eduardo Barbossa do livro "Breve tratado sobre afrenia quotidiana")

 

6 comentários:

  1. Fico grata pela visita e pelo comentário.
    Seu blog pe muito bonito, parabens.
    Um abraço!
    :D

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  2. Eduardo!

    Os poemas são meu fraco na literatura. Adoro ler poemas, me emocionam. Cara, os teus são muito bons, seu livro devem ser o máximo. Pelos que eu li aqui fiquei com os olhos marejados. Um poeta toca fundo no coração de quem ler .
    Só posso dizer parabéns e ter a honra de seguir um grande poeta!

    Obrigada pela visita. Meu fraco é escrever contos e novelas, mas poemas são minha paixão!

    Um linda noite!

    Beijos,

    Elaine Crespo

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    1. Obrigado pelos elogios.
      Fico realmente feliz que você tenha gostado.

      Quanto aos livros...
      Tenho 6 prontos, porém nenhum publicado (minhas condições financeiras não me permitem tal luxo), então me contento em publicar fragmentos deles no blog.

      Um grande abraço.

      Eduardo

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  3. Ilustre Poeta Eduaro,
    Adorei este belo e profundo poema, que nos leva a refletir sobre a nossa vida.Meus sincero parabéns
    Abraço amigo

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    1. Olá Macau, muito obrigado.
      Fico honrado com sua visita.

      Um grande abraço.

      Eduardo

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