domingo, 12 de fevereiro de 2012

Clown




não será necessária
vestimenta grotesca
a pantomima está implícita
em meu andar


minhas palavras são pilhérias
apropriadas para um títere social


dispenso a maquiagem
a face já é marcada
pelas momices de manjopina


na ridícula existência
resta rir
reviver
e novamente
morrer



(Eduardo Barbossa, do livro "O auto do destrutivo")

6 comentários:

  1. Parece-me exausto .

    ps : obrigada pela visita e pelo comentário .

    Um Beijo !

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    Respostas
    1. Sim... Exausto!

      Vejo que você sentiu um pouco do que os palhaços passam. A única diferença deste tipo de palhaço (que é o mais mumeroso) é que diferente dos que atuam nos circos e na TV, o Clown não tem plateia, não tem aplauso. Alguns riem dele, sim, mas apenas com ares de deboche. O único riso sincero que ele recebe é dele mesmo, pois acha engraçada sua triste mediocridade, seus sonhos roubados (junto com sua juventude) e a absurda forma como a sociedade o explora. Ele ri do absurdo de sua vida.

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  2. Resta somente... o resto mesmo. Mas, resta o que mesmo ? Além de fazer o que nos resta do resto. A vida é complicada ou nós que somos, ou nós que fazemos tudo se tornar complicado.
    "Só nos resta rir, reviver e novamente morrer."
    Estou começando a achar (seriamente) que estamos vivendo de restos. (Risos)

    Olá Eduardo !
    Te agradeço por seguir meu blog e pelos elogios feitos.
    Bem... não posso deixar passar em branco o que tenho a pensar. Que maravilha de texto(s)!

    Um grande abraço; posso dizer também (a parti de hoje) que serei uma fiel leitora, aliás é sempre bom exercitar o cérebro com o QI da vida; nada fácil...

    Beijos. :D

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  3. (...) tracei meu caminho/(desconexo)/rumo ao destino /que vislumbrei em sonhos/a chegada/não previ percurso/não previ encruzilhadas

    Muitooo bom esse heein..
    Obrigada pela sua visita em meu cantinho, volte sempre sim. Eu voltarei sempre por aqui, adorei as poesias aqui escritas.
    Beijos, fique com Deus !!!

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  4. Cara, obrigado pela visita no meu blog.

    e seu blog é sensacional, de verdade.
    Tri bom ler as tuas poesias.

    Beijo querido, volte sempre

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  5. ... um histrião que se pavoneia e se agita uma hora em cena e, depois nada mais se ouve dele. Assim disse o Bardo. Assim somos nós, Palhaços, Mascarados. A vida nas ruas é um baile triste de máscara. Ora platéia, ora ator. E tem de ter o fim para um novo show. (títeres. Definição perfeita para nossa vida em sociedade).

    Abraços.

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